quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Coimbra: "Perturbação do Espetro do Autismo: perspetiva longitudinal"


Depois do sucesso das edições anteriores, a APPDA Coimbra (Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Coimbra) vai realizar a 3ª edição das Jornadas "Perturbação do Espetro do Autismo (PEA): perspetiva longitudinal", no dia 30 de janeiro de 2016, no Auditório do ISCAC (Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra). 


Para mais informações e inscrições consulte o site:  http://comunicacaoappdac.wix.com/iii-jornadas 



segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

TENHO PARALISIA CEREBRAL E FAÇO SEXO (Quota Parte)

Eu tenho Paralisia Cerebral com uma incapacidade de 90% e preciso de apoio para quase tudo… para me vestir, comer, na casa de banho, etc! Felizmente tenho um nariz, com ele consigo passar as minhas ideias para o computador, pois é assim que escrevo. Devagar mas escrevo! Eu também faço sexo… e gosto muito, como a maioria das pessoas. Este artigo pretende agitar consciências para a problemática da sexualidade das pessoas com Paralisia Cerebral. Neste sentido, em primeiro lugar explicarei de forma muito breve o que é a Paralisia Cerebral.
A paralisia cerebral é caracterizada por uma lesão não progressiva no sistema nervoso central. Esta lesão é permanente, durante toda vida. Esta tem origem de três formas: na gravidez, no parto ou no período neonatal (depois do nascimento). Na maioria dos casos a paralisia cerebral compromete apenas as acções motoras da criança, mas também podem surgir outras patologias associadas como por exemplo: défice cognitivo, dificuldades de comunicação, falta atenção e de compreensão, e/ou epilepsia.

Existem diferentes “tipos” de paralisia cerebral mas os mais comuns são: Hipertónico, Hipotónico e Extrapiramidal. Importa conhecer as diferenças na dimensão sexual e suas implicações no ato sexual.
 
Os “tipos” Hipertónico e Hipotónico são muito semelhantes relativamente à prática da relação sexual. A espasticidade, ou a falta dela, pode originar uma imobilidade sexual involuntária, ou seja, os movimentos são limitados. Estas pessoas necessitam de “ajuda” na relação sexual, nomeadamente no “toque” e na penetração. Por vezes esta aparente apatia sexual está relacionada com os estados de ansiedade. Por essa razão, é recomendável investir nos preliminares e numa boa estimulação do corpo todo. Será também importante haver momentos de pausa no ato sexual devido ao excesso de espasmos.

No “tipo” Extrapiramidal, as pessoas podem ter dificuldade no ato sexual, esta está associada aos movimentos involuntários, pois são muito bruscos e podem magoar o (a) parceiro(a). É recomendado principalmente um ambiente calmo e tranquilo para que a pessoa possa melhor atingir o seu estado de relaxamento e assim tirar e dar todo o prazer do ato. Estas pessoas necessitam também de “ajuda” na coordenação do corpo.

Uma das problemáticas mais complexas da pessoa jovem/adulta com paralisia cerebral é o da sexualidade. Por vezes esta dimensão é esquecida ou simplesmente ignorada pelos próprios, pelos seus familiares e pela sociedade. Este facto acontece por ainda ser um “tabu” mas também por este tema ainda não estar suficientemente estudado. A sexualidade é uma dimensão essencial de qualquer Ser Humano. Ora, quando esta dimensão é simplesmente ignorada estamos a negar o direito à sexualidade e, desta forma, a pessoa com Paralisia Cerebral é discriminada porque se vê privada de um direito consagrado pela Declaração Universal dos Direitos do Homem.

A título conclusivo vale a pena salientar que a pessoa com paralisia cerebral não é doente mas está numa condição de vida diferente. A parte sexual não é afectada pela paralisia. A pessoa com Paralisia Cerebral vive a sexualidade e o ato sexual de forma plena como qualquer Ser Humano.

Sim… tenho Paralisia Cerebral e faço sexo!

In Capazes

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Como ensinam os professores com deficiência?



Arranjam estratégias, adaptam métodos, criam materiais, pedem ajuda aos colegas para corrigir testes. Carla Badalo é cega e dá aulas desde 2001. Ana Paula Figueiredo desloca-se num andarilho e, neste momento, tem oito turmas. Lurdes Gonçalves é surda e garante que não ouvir não condiciona o seu trabalho. Três histórias contadas pelo Educare.